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quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Estrada saudade

A saudade acompanha meus passos. Desde pequena. Quando meus avós foram morar em outra cidade. Os maternos e os paternos. Quando meu pai vinha para São Paulo trabalhar e ficávamos com mãe. Parecia que sua presença ecoava pela casa. Lembro das raras e esperadas ligações. De quando terminava as aulas e nas férias sentia falta da escola. De quando vim embora pro Sudeste e sentia os sabores do sertão no vento frio daqui. A noite espetáculo do sertão com suas cintilantes estrelas e os vagalumes povoavam meus sonhos saudosos.

A estrada caminhou e a saudade mudou de roteiro, ultrapassou horizontes geográficos, agregou novos personagens no livro coração. É como uma colcha de retalhos, que rasga e remenda com o aprendizado tempo. E estranhamente a distância que desperta tanta saudade ampliou a proximidade do sentir. Sim, a saudade ensina muito. Nos faz perceber aquilo que é perene. É por isso que sigo, a todo custo, aprendendo a cultivar saudade feliz, mesmo quando ela dói, aperta o peito e sangra em lágrimas. Ainda assim, o sorriso aflora.

Meu irmão Paulo, em uma das viagens ao sertão.
A canoa e o açude de nossa infância

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