Páginas

terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

memórias do litoral

Há muitos anos me apaixonei pelo litoral norte, desde o dia que passei pela Rio Santos. Foi como um abraço da serra e do mar enlaçando meus sentidos. Costumo dizer que é meu lugar sagrado no mundo. Há mais de duas décadas que meu irmão Paulo me apresentou Ubatuba, Félix, Itamambuca, Almada, Lázaro, Santa Rita.

Fui a São Sebastião várias vezes, numa casa graciosa perto do Centro e de lá nos deslocávamos para outras praias. Pitangueiras, Barra do Una, Camburi, Camburizinho, Boicuçanga...Meus filhos, da primogênita ao caçula, têm memórias felizes do litoral Norte. Retratos que afloram no oceano de saudades.

Contemplar o pôr do sol no mar, os mergulhos nas águas mornas do verão, meus filhos pulando ondas e fazendo castelo de areia...as caminhadas na praia, as várias casas que alugamos, os petiscos e risadas a beira mar, os almoços pela orla, os passeios noturnos com as crianças, as cachoeiras, as aventuras pontuadas por cenários que sempre me encanta, todas as vezes que chego.  E pela saudade que segue palpitando sempre que subo a Serra.

Recentemente estivemos em São Sebastião. Natal com cheiro de maresia... Quantas sensações, personagens e sabores...saber da tragédia do último final de semana, pelas praias que passamos, Boiçucanga, Camburi e Barra do Sahy, fez meu coração desaguar em lágrimas pela destruição das vidas.

Minhas orações pela população, pelas equipes de resgate e por todos que estão colaborando. Temos que colaborar para reconstrução da vida no litoral que tanto amamos. Tem muitas praias e histórias para vivenciar no mar do Norte paulista. Tenho Fé!

A Bruna e o pai em São Sebastião. Foto da época da revelaçao. Há 24 anos atrás

Os irmãos, Isabelly e Arthur, 12/2022. Praia da Baleia São Sebastião

domingo, 19 de fevereiro de 2023

o café e a partilha

Sábado de carnaval, almoço no restaurante vegetariano no centro de OZ, na companhia do meu irmão Henrique, seu filho João, namorada Naiade e minha filha Isabelly. Chuva torrencial enquanto aguardávamos numa loja com flores, enfeites, vasos, velas, cristais e mimos que enfeitam os sentidos. Da Primitiva Vianco para a casa de Mãe no Umuarama de Uber. Chegamos com ela nos esperando no portão com o guarda-chuva.

Já tinha a banana da Isa, pouco pó para o café, o cuscuz foi para o fogo e logo chegaram a tia Coca com seus filhos, nossos primos, Diego, Joyce, Angélica, Benni, Bella e Joana. A sala pequena ficou grandiosa com as risadas que ecoavam das conversas que só essa gente reunida é capaz de aflorar. Tapioca, cuscuz, bolo e o café chafé com pouco pó e para cada um adoçar na mesa. Sim, o café melado de mãe teve que ser substituído por causa da pré diabete e ela segue firme sem doces.

Benni pipocando, eita menino danado com diz tia, sua avó.  Joana com sua fala ainda incompreensível sentada no chão e as roupas e gargalhadas distribuídas. É incrível como mãe já separa de modo certeiro para cada uma delas. Em nossa família as doações de roupas são recorrentes, para os de perto e de longe. Ganhamos e distribuímos. Entre nossa gente partilhar é verbo ação.

Inspirei o momento curto e eterno. Esse tempo valioso dos encontros na casa de Mãe que desperta tantas lembranças. Respirei alegria e orações de que a nova geração da família, embora seja tão transformadora, continue tendo suas vidas marcadas por esse amor que sempre nos uniu. Estavam conosco na recordação dos cafés de outrora, nessa proximidade atemporal das memórias que nos enlaçam: Emerson, Giva, Paulo, Henrique, Bruna, Lívia, Lane, Arthur...

Nesse tempo do café, somos alimentadas pela irmandade e contagiados pela autenticidade da Maria de Fátima, ternura da tia Coca, a Maria do Socorro, pelo riso alto e tantos outros retratos do Amor que elas praticam e fazem morada nas casas que somos, onde quer que nossos passos caminhem.. Se milhões de vida eu tivesse, trilhões eu escolheria esse DNA. Gratidão pela bênção de pertencer a essa riqueza que não se mede.


eita povo do meu agrado. Tem muito Amor multiplicado

Sertão 2024

Cheguei em São Paulo quando eu tinha 14 anos. Lembro até hoje do frio que senti e do espanto com o céu todo branco acinzentado. Demorei muit...