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sexta-feira, 15 de julho de 2022

O livro partilha pulsante

Com extrema emoção eu terminei a leitura do livro do Abel e sua equipe, que descreve a trajetória desse período vitorioso. Um livro pontuado com capítulos jogos que traça um desenho dessa campanha de conquistas que ficou cravada na “glória eterna” do Palmeiras, na vida de todos os jogadores e os atores envolvidos na estrutura do clube. E, claro, de nós torcedores.

Esse livro é um marco de generosidade para o futebol que transcende para outras esferas da liderança. A forma como o Abel e sua equipe partilharam suas percepções, metodologia, diálogos e os tantos detalhes do processo aprendiz é de uma grandeza impactante. Os campeonatos intensos encarados com espírito aguerrido e com a missão impressa em cada ação: “eu só conheço uma forma de melhorar: treinando.”

Em várias páginas observamos a essência do Abel e sua equipe na firmeza de um trabalho estruturado pela sede de aprender e melhorar: “é querer ser melhor, querer aprender e evoluir com as minhas experiências.” Nas linhas deu para sentir a comunhão da equipe vibrando na mesma direção, do sonho dos títulos, do respeito a formidável camisa do Palmeiras, da sintonia dos valores e do propósito coletivo contida nas palavras mágicas: “disciplina, trabalho duro e vosso talento.”

Vários temas interligados no futebol são abordados no livro, revelando o desejo do Abel em contribuir com as importantes reflexões para melhorar o futebol, como a questão da arbitragem, da necessidade da padronização dos gramados, melhor organização do calendário, fundamental para o planejamento dos clubes, a questão do equilíbrio e respeito ao emocional dos atletas e equipe técnica, que muitas vezes são atacados por alguns torcedores de forma preconceituosa, maldosa e até criminosa por meio das mídias sociais ... enfim uma série de pautas que retratam o quanto há desafios que carecem de atenção para que o futebol brasileiro, essa gigante força competitiva e diferencial, possa seguir avançando.

Os esquemas ilustrados e as fotos enriquecem a obra que já é clássica. Acredito que todo Palmeirense que leu CABEÇA FRIA, CORAÇÃO QUENTE embarcou em uma viagem “sensacional” pelos bastidores desse ciclo memorável, que seguirá reverberando pela história do Palmeiras. Eu que tenho um coração pulsante de saudades, fiquei tocada com a saudade do Abel e sua equipe que embarcaram nessa empreitada, longe de sua família. Sei que a ausência dolorida aflora em sua fala e nos seus sentidos todos os instantes. A distância é continental e a proximidade é sagrada.

Sinto que por toda vida do Abel e de todos os personagens desse livro, ficará tatuada na alma a memória atemporal dessa temporada ímpar. Para Além Mar e para além do que possamos caracterizar com palavras, há o sentir que é indizível para cada pessoa. Nas entrelinhas do livro eu pude sentir lágrimas de alegria, a dor da saudade e o amor pelo imortal Palestra. Parabéns Abel pelo coração quente alinhado com a cabeça fria e firme para imprimir o melhor de si em cada jogo e marcar seu nome na história do Palmeiras, e claro, na vida de tantos.
Que partilha sensacional! Minha Gratidão é eterna!


Maria Ivone, a leitora torcedora!

terça-feira, 5 de julho de 2022

Memória do dia

Já é noite, eu acabei de sair do banho, um dos meus momentos sagrados. A água escorria, eu fechei os olhos e senti o som da cachoeira de Ubatuba, o perfume do pêssego do sabonete se misturou com o da maresia aflorada nos sentidos. Já têm estrelas no céu de inverno, as mesmas que contemplei na madrugada quando rezei no quintal às 5:00 da manhã. Café, chá mate, garrafas, acorda um, outro, a banana da Isa, as frutas para o trabalho e a saída cedo mesmo em dia de férias escolares. Observei o sorriso da florada vermelha do meu jardim e entrei no carro. Logo atravessamos o limite de município, saímos de Cotia e adentramos no mágico mundo de OZ. Primeira parada na casa da prima e tia para desembarque do Arthur. Segunda parada na casa da outra tia, desembarque da Isabelly. Chegamos à Analice e iniciei o expediente que seria curto. Logo a tia Lane, minha irmã, chegou com sua sobrinha amada e todos os cuidados de sempre, água, suco, fruta...Seguimos para Santa Cecília.10:20.

Trânsito na saída da Marginal, pontes, fluxo intenso, Barra Funda, Memorial da América Latina e depois de 1 hora chegamos. Recepção, 10º andar, 1º andar. Reumatologista na Angélica e depois o almoço na calçada de um bar restaurante, que delícia de comida e atendimento. Táxi e logo o outro destino no bairro já familiar. 13:10 e chegamos ao endereço dos passos iniciados em dezembro. Sessão 8/10 do segundo ciclo da Isabelly, Sessão 1/10 minha. Sim, eu retomei o tratamento interrompido por demandas emergenciais. A lombar e a bursite andam gritando aqui. A atendente mostrou com alegria a garrafa de água que ganhou da Isabelly quando encerramos o primeiro ciclo em março. Desses carinhos que marcam. Do térreo ao 5º andar, da sala de eletroterapia para a de fisioterapia. Conversas, exercícios, choques, ultra, riso e a despedida semanal.

15:05. Sentei no jardim, contemplei os tijolinhos, recordei das paredes da Santa Casa, suspirei gratidão e chamei o Uber. A Isa com sua leitura do livro da semana e eu ouvindo as mensagens do meu irmão Paulo bem quando o carro circulava em frente ao estádio do Pacaembu, o que me fez lembrar os muitos jogos que fomos aos estádios. Sim, eu AMO futebol. Quanta alegria ouvir os áudios relatos do meu irmão. Isabelly também ouviu seu áudio e respondeu a felicitação pelo seu aniversário. O diálogo nutritivo seguiu. O celular ficou de lado e voltei a contemplar as ruas pela janela do carro, em muitas delas eu e meu irmão Paulo passamos de moto, de segunda a sexta, no retorno ou ida ao trabalho, há muitos anos atrás.

Alto de Pinheiros, Ponte Universitária, Raposo e logo estava em Osasco. Chegada ao Oriental para pegar o caçula, conversa rápida, abraços e o Arthur se juntou a mãe e irmã e fomos direto ao postinho da vila para a vacina da gripe na tríade.16:35 caminhamos pela avenida com destino ao trabalho para encontrar o Pai. Água para hidratar, a alegria de receber a encomenda do sertão enviada pelo meu outro irmão e o encerramento do expediente às 17:00. Hora de voltar para casa. Parada no mercadinho do Jd’ Abril para comprar ovo, café, pipoca, tomate e o pão que o Arthur e Isabelly já comeram no caminho.

17:50 chegamos em casa com o entardecer no horizonte. Arthur já pulou para jogar bola na quadra. O feijão e arroz já prontos, eu preparei a salada e o atum com tomate para o jantar. Isabelly e Arthur quiseram pastel. De carne igual o da feira de domingo. Se bem que eles preferem o de vento. O jogo está rolando na tv da sala. Isabelly já veio rezar. Eu estou terminando de escrever a memória desse dia agitado, sem correção. Encerro com muita gratidão pelos passos já percorridos, pelos personagens do enredo na jornada das janelas que curam em Santa Cecília e pelos dias vindouros. Por hora vou dormir que amanhã o roteiro despertará na aurora. Boa noite!


da série janelas que curam

Sertão 2024

Cheguei em São Paulo quando eu tinha 14 anos. Lembro até hoje do frio que senti e do espanto com o céu todo branco acinzentado. Demorei muit...