Em uma das
casas de madrinha tinha um balcão que vendia doces. Ah o doce de leite era
desses que posso chamar de manjar das deusas.
O cheio de caroços que aqui se chama de ambrosia e o doce de leite em
barras. Era uma briga pra rapar o cororó da panela. Nem espera esfriar, vai dar
dor de barriga, dizia madrinha! Cada um com uma colher pegava a raspa quente,
queimando a língua e deliciando as lombrigas. Depois eu ficava espiando os
potes de doces e as barrinhas no balcão envidraçado com gosto de quero mais. E
pensava firme: aqueles são pros fregueses para ajudar pagar as contas da
madrinha.
Outra coisa que
comia até doer a barriga é o milho assado. Gente o milho daqui é muito
diferente. É aguado. O do sertão tem um gosto marcante. Assado na brasa do
fogão a lenha ou no buraco do chão que fazíamos na roça, enchia de graveto seco
e tacava fogo e coloca os milhos pra assar. Já colhíamos do pé direto pra
brasa. O cheiro incendiava no vento da maré.
Ah e o pirão de peixe que madrinha fazia! Pescado lá mesmo no açude ia pra panela com tudo que é tempero. Sempre tinha o coentro. Come minha filha que isso é forte, madrinha dizia enquanto enchia o prato que fumegava, tomando cuidado com os espinhos pra eu não engasgar. O pirão descendo e o suor pingando. Que sustância! Que saudade!
Ah e o pirão de peixe que madrinha fazia! Pescado lá mesmo no açude ia pra panela com tudo que é tempero. Sempre tinha o coentro. Come minha filha que isso é forte, madrinha dizia enquanto enchia o prato que fumegava, tomando cuidado com os espinhos pra eu não engasgar. O pirão descendo e o suor pingando. Que sustância! Que saudade!
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