Exaustão. Não é só pela idade que avança, é que o ano foi tenso. Chego nesse dezembro com o cansaço latejando em meu corpo. Contemplo o céu refletindo sobre os dias que restam do mês, sobre a saudade do mar e do cheiro da maresia que inunda meus sentidos. Sou oceano de saudades e nele reside um afeto que nenhuma palavra é capaz de traduzir.
Algumas metas falharam como em anos anteriores, não
visitei dois lugares que amo e que fui em 2019, tive que interromper minha
fisioterapia, não me inscrevi no pilates, iniciei e parei o curso que tanto
estimo por conta de outras demandas, não consegui manter o ritmo da caminhada e
só agora nesse término consegui agendar o médico para iniciar meus exames de
rotina.
E olha que 2022 foi o ano que mais estive em
consultas, laboratórios, exames, hospitais e presenciei cenas que viverão
comigo eternamente. Os desafios se agigantaram exigindo força que eu nem
imaginava teria. Cada um sabe o que sente e mesmo que não consigamos retratar
em palavras, senti olhares e sorrisos que comungaram desse sentir na pele.
Escrevendo esse rascunho sobre 2022 pipocaram imagens
em minha mente de tantas passagens, das partidas, chegadas, trilhos, estradas...o
sorriso aflorou, a lágrima floresceu e nesse instante de tempo enxerguei a memória cravada me abraçar. A despedida na
primavera do aeroporto de Nova York foi uma delas. Retornei dilacerada e
agradecida dessa viagem significativa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário