Dia 28/03 é seu aniversário. 95 anos. Nossa quanta vida!
Ela é a última aniversariante do mês. De sua linhagem nasceram muitos em março,
mistura de água e fogo. A mãe, a avó, bisavó e tataravó. Sim, ela viveu para conhecer,
ainda que por foto e vídeo, a sua tataraneta Peaches, que nasceu tão distante
e, ainda assim, tão próxima em seu amor e orações.
Vozinha é nossa Fortaleza matriarca. Mulher de fé, de amor gigante e também brava quando tem de ser. Dizia vozinho que sua braveza era demais. Lembro tanto da nossa última gargalhada falando disso. Ele se foi há 2 anos e ficamos tão preocupados com a reação da vó. E ela segue nos surpreendendo, oh mulher valente!
Vozinha é nossa Fortaleza matriarca. Mulher de fé, de amor gigante e também brava quando tem de ser. Dizia vozinho que sua braveza era demais. Lembro tanto da nossa última gargalhada falando disso. Ele se foi há 2 anos e ficamos tão preocupados com a reação da vó. E ela segue nos surpreendendo, oh mulher valente!
A fragilidade do seu corpo contrasta com a força que emana
de seu espírito. Sentada no seu canto do sofá, ela escuta a missa, a novena e
com a bíblia na mão e as fotos dos seus reza todos os dias. É ali também que
recebe suas visitas, conversa e sorri dos causos que escuta. A sua gargalhada é
um desses sons que habitam em minha memória. É de uma alegria tão original que
todo seu corpo sorri. É bonito de ver e sentir.
São muitas as lembranças de sua presença. Dos chás, do
bolo, dela sentada perto da janela debulhando feijão, no alpendre na hora da
chegada e da despedida e deitada em sua cama, no seu canto sagrado. Quando vou
dormir, lembro tanto dos meus avós rezando o terço juntos. Ela segue rezando
sozinha e com a presença atemporal do meu avô. Já fui lá duas vezes depois de
sua partida e continuo a sentir a presença dele em cada canto da casa. Tantos
anos juntos, é comum sentir esse laço permanente. Acredito que seguirei
sentindo assim, todas as vezes que eu lá chegar.
Ela gosta de lenço na cabeça, de rosário, de vestido leve, de meias e até touca quando chega a friagem do inverno. Ela tem medo sim, dos trovões que sacodem o telhado. Ela é de contar pouco de sua vida. É uma ouvinte fiel. E tudo que fala tem sabedoria, simples e eficaz. É firme em suas convicções. Ela tem um baú de tesouros, coisas simples guardadas, como roupas de batismo dos seus. Ele é antigo, está lá desde que me entendo por gente. E um dia será meu e será o meu maior tesouro vivo.
Até onde eu me entender por gente, até o dia que a vida pulsar em meu coração, eu vou amar essa vozinha que me ensinou que no amor há uma mágica eterna. Te Amo!
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