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sábado, 5 de julho de 2025

Maria torcedora

Já ouvi muitos comentários sobre meu jeito de torcer. Sim, eu sou torcedora vibrante que grita, comemora, chora e por aí vai. Já me questionaram sobre como nasceu minha paixão por futebol. Isso foi desde menina, no sertão pernambucano, acompanhando as partidas para ver meu pai jogar e depois eu mesma jogando as peladas na escola e em outros campos, que naquela época era de chão mesmo e a poeira subia enquanto eu corria com ou atrás da bola. Essa é uma das minhas memórias felizes da infância e início da adolescência. Migrei para São Paulo aos 14 anos e aqui fui apresentada ao Palmeiras. Sabe paixão a primeira vista? Essa é a que aconteceu comigo. O verde e branco ingressou em minhas veias torcedoras para toda eternidade.

Meus irmãos foram muitas vezes aos estádios, daqui e até em outras cidades. Eu e minha mãe aguardávamos o retorno deles rezando. No dia do meu casamento teve jogo do Palmeiras e o Paulo chegou vestido de Mancha Verde no simples churrasco para celebrar o matrimônio lá em nosso bairro de Osasco. Os laços palmeirenses dessa cidade que nos acolheu fazem parte da nossa história. A primeira vez que fui ao estádio já era mãe da Bruna que foi comigo junto com meu irmão caçula Henrique, de longe o torcedor que mais sofre em dias de jogos, especialmente, os decisivos. E fui muitas outras vezes na companhia dos irmãos e amigos. Partidas vitoriosas, outras com derrotas, de virada vice e versa.

A emoção de gritar gol, o canto que incendeia a arquibancada, os abraços, as lágrimas, a tristeza, a alegria, as resenhas e todas as sensações que multiplicam esse sentimento de pertencimento tem muito valor. Muitas recordações felizes seguem tatuadas em minha alma palmeirense. Das coisas que não há palavras que descrevam, é sentir com verdade e isso faz toda diferença. No canto e vibração, essa torcida é diferenciada na essência. Só quem é sabe o significado, é indizível.

Lembro de certa vez ter ouvido algo assim: “estranho você gostar tanto de livros e ir ao estádio ver futebol.” Desde quando uma amante de leitura não pode ser torcedora feroz? Ou também: “é doida mesmo ter coragem de levar a filha ao estádio.” Bruna cresceu nesse meio apaixonado dos seus tios, dizia até que seu olho era verde por causa do Palmeiras, desfilou na escola de samba Mancha Verde e hoje mora do outro lado do Atlântico e sabe da mãe apaixonada que tem. Até entendo esse comentário pelo perigo da violência que afasta muitas famílias desse evento esportivo tão relevante em nossa cultura, mas, por outro lado, no tom de quem me disse havia um preconceito explicito sobre a atitude de uma “mãe louca” por levar a filha para conhecer sua paixão.

Ao meu pai, agradeço pelo amor ao futebol, aos meus irmãos palmeirenses minha gratidão pela irmandade verde e branco que nos une. Nunca vou esquecer do dia da passagem da camisa secular do Palmeiras, do irmão mais velho que ficou para o irmão caçula e depois para meu sobrinho PH. Aos meus primos e primas, de perto e de longe, enlaçados pelo mágico universo Palmeiras. Ao meu filho santista Arthur, eu me enxergo na sua torcida marcante e tenho muito orgulho de você que também ama futebol. Tanto que sua primeira palavra foi bola! Você tem o meu sangue pulsando nesse quesito torcer e do seu avô João nas jogadas que desenha no campo. 

Eu lembro do título de vencedor do Campeonato Brasileiro do Palmeiras, que não gritei comemorando porque você estava ao meu lado, e o seu Santos tinha sido rebaixado, como nós também fomos anteriormente. Esse foi um sinal de respeito por sua dor e uma lição dessa mãe que ama e continuamente procura te ensinar que a empatia, o respeito, valorizar sua originalidade e ter fidelidade as suas raízes são fundamentais em todos os campeonatos, do esporte e da vida. 

De sempre para toda eternidade meu coração é verde e branco. Te Amo Palmeiras!

Laço de sangue e amor palmeirense

segunda-feira, 19 de maio de 2025

Sonho memória

Esta noite sonhei com meus avós maternos. Despertei com a leveza do abraço e senti tanta esperança. Eu enfrentei tantas dificuldades nas estradas para chegar ao encontro deles, perdida, com tempo escasso, desesperada por encontrar o caminho certo até que entrei eu uma vereda estreita e escura e com toda força avancei, cheguei na estrada de pedras e a luz inundou as trevas, tinha direções diferentes para decidir, por onde ir? Eu precisava chegar a tempo da despedida e depois seguir ao aeroporto.

Chorei angustiada com medo da escolha, num ímpeto peguei a esquerda e corri o mais ligeiro que pude. Cercas, riachos, casas onde bebi água para hidratar, perguntei a senhora de uma das casas e ela me respondeu que eu estava na rota certa para chegar ao sítio. O tempo corria e meus passos aceleravam e eu cheguei ofegante. Vozinha e Vozinho estavam sentados, lado a lado, sorriram e abriram os braços, eu corri para o abraço e choramos juntos. Vozinho afagou meu cabelo. Vozinha acariciava minhas costas, nossas mãos juntas e as lágrimas pigando. Que bálsamo. Vozinho disse: “Você vai conseguir chegar.”

Acordei e lembrei dos outros sonhos com meus avós. Foram raros e significativos. Com meus avós e padrinhos, eu os encontrei na rua, em frente a calçada, eles lado a lado, me receberam com um abraço cheio de saudade e amor. Jamais esquecerei desse sonho, eu passava um período tão difícil e eles me visitaram em sonho para me acalmar. Depois dessa visita sonho, iniciou uma caminhada de restauração ainda com muitas tribulações, mas foi o marco de um novo tempo. Sempre que lembro desse sonho meu coração fica repleto de gratidão. Obrigada madrinha e padrinho, meus amados avós Chico e Cotinha.

Depois da passagem de Vozinho, uns 2 meses depois, sonhei com ele me recebendo e sorridente me apresentando para seus conhecidos: “essa é a minha neta mais velha.” Ele vestia uma camisa branca e estava iluminado. Outra vez, quando eu estava quebrantada com a Covid, ele veio novamente. Sentou-se na minha cama, passou sua mãe em minha cabeça e soprou no meu ouvido: ”você vai sarar.” Eu acordei com seu cheiro e lágrimas quentes e salgadas banhando minha face. Era madrugada e um vento suave dançava na cortina.

Vozinho me disse essa noite: você vai conseguir. Eu creio meu Avô e por mais adversidades que eu enfrentar, eu seguirei acreditando nos sinais e na misericórdia de Deus. Como você dizia com tanta FÉ: Nosso Senhor Jesus Cristo é bondoso. Vozinha, eu sinto a fortaleza de suas orações e estou na missão do Terço. Obrigada por me acolherem e visitarem no sonho. É real a presença de vocês na minha vida. Gratidão Eterna. Minha bênção.

Bênção Vozinha e Vozinho
Desenho do meu irmão Henrique Neto

quarta-feira, 2 de abril de 2025

100 anos de memórias

Março foi tão intenso que nem consegui escrever em meus Blogs. Tantas emoções no final do verão e início do outono. 2025, mês 3. Muitos aniversários na família, primos, mãe, sobrinhos, tia, avó e esta que escreve. Nascimento de Lara, 50 anos da primeira neta e 100 anos da minha Vozinha. Um marco em nossas jornadas. Comemorei aqui e embarquei para celebrar o centenário de vozinha no sertão. Que viagem incrível. Que celebração memorável. O painel da geração de vozinha e vozinho enfeitando o Alpendre. Filhos, netos, bisnetos e tataranetos. A missa, os cantos, abraços, homenagens e os parabéns com muito ânimo.

A chegada é vibrante de alegria. A despedida latejante de saudade. Na bagagem muita gratidão e leveza. Os dias com minha família em Pernambuco são regados de afeto. Muita vida em poucos dias. A beleza da simplicidade tem uma grandeza sem medida. Ouvir a voz e as narrativas da minha avó, tão lúcida aos 100 anos, a energia das risadas das conversas no alpendre, o rádio Asa Branca tocando na cozinha e embalando as prosas aromatizadas pela deliciosa comida do fogão a lenha. A serenidade e sabedoria do Tio Neto, a paz do silêncio e sorriso do tio Chico, o carinho das tias Toinha, Nega, primas e primos, e todos que nos visitam. Cuidados de gente que ama.

As rezas, os risos, as brincadeiras, a partilha nas fala e escuta, a rede, a vastidão da caatinga, os açudes, as veredas, estradas que interligam roças e casas, as resenhas, as nuvens personagens e desenhos no céu diurno, o encanto das estrelas no céu noturno, as revoadas dos pássaros, a linda garça bailando no riacho, o vento dançando na vegetação, a fortaleza dos cactos, mandacaru e xique-xique, o redemoinho, as muitas pedras no chão, as flores silvestres amarelas, brancas e lilás, os galos anunciando as manhãs, o chocalho da criação, o curral, o leite, o lagarto verde, o casal de corujas, a porteira branca, a cancela verde, os juazeiros, o mulungu, as mangueiras e tantas árvores no cenário da minha infância.

As refeições abundantes, o baião com feijão verde, o cuscuz com leite, carne, ovo ou manteiga natural, pense na variedade de preparações que combinam com esse alimento sagrado. Tem os queijos, o bolo de caco, os bolos fofo e liso, a tapioca, os chás milagrosos de tia Toinha, as galinhas do sítio, o feijão de corda, o macarrão temperado, o melhor bode assado ou cozido do mundo, os caldos, o pirão, a rapadura, os sucos de acerola e maracujá, a água de coco, a goiabada, o cheiro do coentro nas panelas, a mandioca frita, a farofa, batata doce, o escaldado, o café coado, as sopas e tantos alimentos que nutrem o corpo e a alma.

O Sertão faz morada em minha pele, tenho orgulho das minhas raízes e seguirei honrando minhas origens. Amo também o lugar que moro e sou grata por esse entrelaçar de personagens, enredos e memórias na estrada de saudades que SOU e SINTO. A sensação de cumprir uma missão tão relevante fortaleceu minha fé e esperança para seguir escrevendo a minha história. Gratidão março de 2025. Minha bênção Vozinha.


Maria, Filha, Mulher, Mãe, Avó, Bisavó e Tataravó
Encantada Joaninha do nosso Sertão
Retrato de Fé, Matriarca Fortaleza
Personagem da Multiplicação de Amor
Abençoada longevidade de tua geração
Viva os 100 Anos de Maria Neto

segunda-feira, 3 de março de 2025

50 carnavais

Semana do meu aniversário em ritmo carnavalesco despertando o clima de festa para celebrar a dádiva de estar viva. Contemplo a estrada passada e ainda vejo a menina sonhadora que brincava e ainda brinca com as nuvens criando figuras, cenários e personagens fantásticos. Sonhar está no meu olhar que segue encantado com o entardecer, com o canto das ondas, os sons da natureza, a poesia da arte, o reflexo da cidade e tantas cenas que tocam meus sentidos. Esse brilho nos olhos que nenhuma dor apagou porque está tatuado em meu DNA, é a mágica que floresce do amar conectando sementes e frutos que palpitam em meu ser.

50 carnavais, menopausa, virada da página do calendário e um universo de sonhos que navegam pelas águas profundas do tempo. Sou grata por tudo até aqui, pelos erros, acertos, sorrisos, chegadas e partidas, choros ...tristezas e alegrias nas cruzes e cicatrizes. Quando olho para trás nem tudo entendo, mas muito já compreendo e algumas coisas ressignifiquei com a experiência da compaixão. Já consegui me livrar de pedras que me rasgaram por dentro e tive que expelir por cirurgia. Renasci. O perdão é um bálsamo que preciso seguir exercitando. Nem todas as decepções perdoei por completo, no entanto, elas já não sangram tanto assim porque busco a leveza de seguir em frente, com a bagagem cada vez mais leve. Aprendi muito nesse meio século e ainda quase nada sei diante da grandeza da existência.

Sou retirante nordestina, pernambucana do Sertão do Araripe, que chegou aos 14 anos em São Paulo e logo seguiu para Osasco. Finquei raízes e laços no mundo mágico de OZ. Sou do Sertão, de Oz e do mundo, espie que essa que nem sapato tinha já foi parar em New York! E quais lembranças chegam agora nesse momento de escrita? Do bairro Bela Vista, das andanças pelo centro, bibliotecas, livros, trilhos do trem e metrô, das muitas linhas de ônibus da cidade, intermunicipal e da capital, do teatro, cinema, futebol e carnaval. Sim eu sou apaixonada por futebol, já assisti muitos jogos do meu Palmeiras, com derrotas e vitórias. O estádio é um espaço de redenção, assim com o desfile no Anhembi. Se me perguntarei sobre lugares de cura eu recomendo ir a uma roda de samba, tomar banho de mar e cachoeira.

Sou Mãe e Avó Tríade, tesouro dessa trilha viver que não tem como descrever, não há medida, nem palavra, nem som, nada que retrate a imensidão infinita desse Amor. Sou mulher de fé, tenho minhas igrejas preferidas, casas de oração que me abrigam, sou devota de Nossa Senhora, Mãe Maria Santíssima, tenho meus rituais devocionais e sigo na minha missão Mariana que veio como um chamado para rezar o Terço. Acredito na Trindade Santa, na força do Espírito Santo, nos anjos celestes e presenciais, nos sinais divinos que se apresentam em diferentes formatos, sonhos, borboletas, frases, ligações, falas, silêncio e nas respostas das orações. Creio na sintonia de energia e sou grata a Deus por cada pessoa que cruzou meu caminho. Uns chegaram, ensinaram, feriram, findou o ciclo, passaram. Outros vieram para ficar e seguem me acolhendo na partilha que nutre. Obrigada por serem Presença.

Eu pretendia fazer minha viagem solo esse ano, porém, as circunstâncias atuais não permitem e tudo bem. Essa viagem acontecerá e será, como diz meu irmão Paulo, sensacional. No tempo oportuno, com a mochila nas costas e com o vento soprando a alegria da sede aprendiz, eu embarcarei. Tenho uma Mãe ímpar e irmãos afetuosos. Por meu “Avohai”, o homem mais generoso e sensível que conheci, meu presente esse ano é estar próxima da minha vozinha, no seu aniversário de 100 anos. Ao lado da minha mãe, minha filha Elo sagrado e toda geração de vozinha em nossos corações, nas preces, na gratidão e no centenário parabéns que irá ecoar do sertão além mar, porque seus frutos navegaram, andaram e voaram, do solo Sul ao Norte, na travessia de hemisfério. Distantes geograficamente e próximos naquilo que nos enlaça, na trança de gente que vibra amor.

Chegar aos 50 carnavais é uma bênção. Sou origem e asas. Sou casa afeto. Sou signo Riso. Janela Emoção. Que venha a nova estação para seguir escrevendo minha história.
Bora bora caminhar 
e “vamos sorrir que a vida presta, e MUITO.”  Viva meu Sol!

Gratidão Deus. 

sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

Viagem invernal

Completei o ciclo das estações no Norte global. Dessa vez, para uma missão especial, o nascimento da minha terceira neta, que tive a honra de escolher o nome, Alise. Ela nasceu no outono, dia de Santa Luzia, 13/12. Antes disso, fomos a um passeio iluminado pelas luzes natalinas que transformou o espaço num jardim dos sonhos. Andei num carrossel aflorando sorrisos. Foi incrível.

Dias depois, 20/12 eu brincava com Peaches, a neta primogênita, na primeira neve que anunciou a chegada do inverno dia 21//12. Meu primeiro Natal no Norte, acompanhando os Elfos matinais e a chegada do Noel. As casas enfeitadas, a estrela polar brilhante, as fases lunares de dezembro, as orações na aurora e a magia do Natal. A ceia familiar simples, a noite do sono reparador e o despertar sensacional da manhã do dia 25/12.

Caminhadas nas ruas e na praia, brincadeiras com as crianças, delícias simples e afetuosas aromatizando a cozinha, velas perfumadas pela casa, pijamas natalinos, preces noturnas, apresentações na escola da Peaches e Damian, a ida e a volta no bus escolar, os abraços e o riso do JJ, o vizinho amigo, que me chama de avó, as músicas da Bruna, as danças de Damian e Peaches, os desenhos e pinturas, as pipocas, os bolos, os chás, o café, as conversas, as lágrimas, os risos e tanto mais.

Eu brinquei na neve com os netos, os anjos nevados para a vovó, nossas pegadas reunidas, os tesouros que encontramos...momentos que seguem tatuados na lembrança. Contemplar os flocos de neves, cada um diferente do outro, tão mágicos espalhando a brancura pelo cenário. Memórias afetivas gravadas em nosso livro coração. O amor da vovó e mãe aquecendo o inverno que é uma estação perseverante. As árvores secas sinalizam que há vida no solo e que chegará o tempo de florescer e sim, os pássaros cantam na estação fria, acendendo a esperança.

A despedida foi dolorida, sempre é. Minha presença segue por lá, nas paisagens das janelas pro jardim e quintal, nos enfeites brasileiros que enfeitam a casa, nos pinheiros pequenos plantados em 2022 e 2023 com as fitas vermelhas, nas plantas da casa, nas pedras colhidas na areia, na trilha do bosque que chega ao mirante, no banco do jardim, no óleo ungido da prece noturna e em muito mais. Retornei com o coração agradecido e dilacerado. As lágrimas embaçam minha visão agora e eu não consigo escrever mais, basta finalizar dizendo que foram 40 dias de muito amor que marcaram minha vida.

Sou grata pelo amor dos meus laços. Um xero da vovó Sul Global 

segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Memórias amigas

Sempre digo que a Amizade é um tesouro. Eu que sou gente do sentir, desde pequena aprendi a valorizar os laços amigos. Foram inúmeros sorrisos que iluminaram meus dias, tantos abraços que afagaram, muitos encontros para celebrar a alegria, tantos diálogos para falar de nossas dores e amores, ah o ombro amigo é um bálsamo que acompanha minhas estações em muitos ciclos. Nessa retrospectiva que aflora em lágrimas eu vejo um filme com tanta potência e beleza. Sim choramos gratidões. Somos flores que exalam emoção.

Tenho amigas dos livros, do samba, do forró, das flores, da sofrência, das plantas, da cerveja, do vinho, das viagens, das caipirinhas, do café, do teatro e das rezas, A refinada do café anual, a que virou afilhada de crisma, a da Vila para a vida, a Lealdade que escuta meu pedido de oração até quando não peço, apenas sinto,,,a Sintonia de Alma em todas as fases lunares, a Iluminada que irradia o Sol, a que me socorre com as Mão e os Pés, as que me apoiam nas minhas loucuras, as que reconhecem de longe minhas sensações, as que me dizem: esse lugar é tua cara e me presenteiam com fotos da aurora e entardecer, no mar, no sertão e na cidade...cada um do seu jeito é uma bênção.

No capítulo 2024 que agora pipoca nas minhas recordações, surgem tantas cenas de encontros. Iniciei o ano com o especial reencontro com as amigas da escola da infância em Lagoa do Barro. Os churrascos dos aniversários, o da Páscoa que reuniu família e amigos para receber minha primogênita, as conversas ao telefone, sim ainda nos falamos desse modo pré histórico para alguns... teve companhia no hospital e na capela da Santa Casa, idas ao teatro e cinema para rir e chorar...as gravações do podcast para colecionar narrativas, histórias e memórias...e recentemente no bar para brindar o afeto e renovar nosso compromisso de ampliar esses momentos sagrados em 2025.

Esse meu último texto do ano do meu Blog de Memórias é uma homenagem a todas minhas amigas irmãs que estão comigo, ainda que distantes. Nossa proximidade está e seguirá na oração, nas lembranças, na fala, no silêncio e nos sentidos atemporais que não tem fronteiras. Eu que sou estrada de saudade, viajarei para minha missão com a alma aquecida desse enredo que escrevemos juntas, cujos momentos e intensidade não cabem em nenhuma postagem. Eu rogo ao Nosso Senhor Jesus Cristo, aos anjos e todas as divindades celestes que as protejam nos propósitos de suas caminhadas. Vocês são personagens sagradas em minha vida. A amizade faz morada em meu livro coração.

Amizades são histórias entrelaçadas na teia do tempo. Gratidão amigas-irmãs

segunda-feira, 28 de outubro de 2024

O Presente eterno

Houve um tempo que atuei em dois projetos de educação ambiental e formação de jovens em Osasco. Os encontros semanais aconteceram nas salas de dois parques municipais e em uma sala da igreja do bairro Santa Maria, que foi parceira do projeto. As aulas contaram com um conteúdo diversificado, dinâmicas, plantio de árvores, oficinas de fotografia, pesquisa e produção de texto para criação do jornal e com um passeio margeando o Rio Tietê. Um período de aprendizado fértil.

Ensinar e aprender são verbos ações interligados que marcam vidas. Em outubro comemoramos no dia 15/10 o dia do Professor, é uma data que sempre me emociona. Sou muito grata por todos os professores que cruzaram meu caminho e pela oportunidade de ter atuado como educadora nos projetos citados acima. Foram dois semestres intensos cujos frutos continuam ecoando em minha memória afetiva.

A despedida de cada ano letivo, as mudanças de turma, uns que migram para outras cidades, a conclusão das etapas e os variados desafios da jornada estudantil são vivências que se multiplicam no laboratório de experiências. Como aluna eu me senti acolhida por diversos professores que me abraçaram com afeto e me motivaram a seguir. Desde a infância até a faculdade, encontrei mestres na arte de transformar vidas. É um caminho árduo e incrível.

Mulher de reza que sou, sigo rezando por um menino aluno que me presenteou com a demonstração de amor mais profunda que recebi. Durante uma atividade do roteiro, incentivei a turma a usar a imaginação para criar um produto, serviço, objeto artístico, em letras, imagens ou a representação que eles desejassem, permitindo que eles tivessem a liberdade de criar a partir de suas percepções do outro. Como já fazia um tempo que estimulávamos o diálogo e a proximidade deles, já havia um ambiente de partilha. Sorteio das duplas, material a disposição, risadas, conversas, silêncio e o tempo para a solução.

Foram 8 duplas nas apresentações mais generosas que vivenciei. O aluno que fez dupla comigo, pediu para sermos a última dupla e assim encerramos. Foi muito divertido ver a criatividade aflorada e a leitura refinada de cada dupla. Aquilo que o outro enxerga de você e é capaz de criar a partir disso é enriquecedor. Foi a lição que ficou gravada dessa aula lúdica. Eu apresentei o aluno da minha dupla como o Anjo Sol semeador de esperança nas escolas. Eu ganhei uma faixa com estrelas douradas, virei uma estátua homenageada por ser campeã de uma constelação angelical. Tinha uma placa aos meus pés que dizia: não está à venda, preço incalculável.

Minha gratidão é eterna pelo melhor presente que já recebi.

Estas três coisas continuam para sempre: fé, esperança e amor.
E o maior deles é o amor." Coríntios 13:13.

Maria torcedora

Já ouvi muitos comentários sobre meu jeito de torcer. Sim, eu sou torcedora vibrante que grita, comemora, chora e por aí vai. Já me question...