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segunda-feira, 24 de novembro de 2025

Memórias do ano

Ainda não acabou eu sei, mas de tão ligeiro logo chegará 31/12. Despertando nesse dia de primavera sul global fiquei refletindo sobre quantas memórias colecionei esse ano. A virada da página de 2025 já está acontecendo no curso de cada dia. Ei, já percebeu que todo dia temos oportunidade para aprender um bocado? Claro que tem dias que se tornam especiais por motivos diferentes para cada pessoa. Aqueles que chamamos de “divisor de águas” seja por um momento de epifania que marca tua história, um encontro ou reencontro, desses elementos mágicos que ficam gravados na alma.

Dias significativos aconteceram em 2025, uns que me rasgaram pela dor, outros que afloraram ainda mais minha fé e esperança. Recebi uma pergunta sobre o que mais me marcou em 2025. Cabe o plural na resposta, não vou conseguir escolher uma diante das múltiplas cenas e sensações que tanto me ensinaram e seguirão reverberando pelas próximas estações. Aproveito para responder outra questão que ouvi e me surpreendeu, está no item 2 da lista. Tem gente que capta mensagens das entrelinhas e sente a vibração, ainda que não participem tão ativamente da nossa vida.

1. Eu que sou do sentir, posso dizer que cada vez mais refino a escuta dos sinais. A energia emanada das pessoas e lugares é reveladora. Ver pessoas para quem fervorosamente eu rezei e que estão evoluindo é uma benção. E aqui tem o mar do afeto dos laços que a vida me presentou. Tem conexão que segue ampliando a frequência, mesmo na distância geográfica, porque amizade verdadeira cresce na proximidade sagrada que ultrapassa fronteiras. Que os anjos continuem guardando todos que palpitam em meus sentidos na hora do Terço Mariano. Gratidão Deus pelas folhas personagens de 2025.

2. Como fazer o bem para alguém que já foi venenosa com você? É servir o chamado de Deus com amor, é ter compaixão da dor do irmão que sofre e precisa do testemunho da presença de Cristo. Que fique claro que não tenho amnésia, mas que fique ainda mais claro, que não guardo nenhum rancor ou ira que adoecem tantas pessoas. O exercício do perdão tem muitos retratos e o mais poderoso é aquele que acontece na sua intimidade com Deus. É preciso entender que há inimigos que afetam o agir das pessoas e por isso temos que estar vigilantes para nos proteger, buscando proteção em Deus e orientando quem nos procura. Eu acabei de concluir uma batalha espiritual e agora início um período de afastamento para recobrar minhas energias. Há batalhas que demandam muita força e o Espírito Santo me sustentou e seguirá sendo meu farol. Gratidão Terceira Pessoa da Trindade Santa pelos teus sinais para começar e findar o ciclo. A tua luz é meu guia e que eu siga nesse caminhar com leveza, alegria e a paz que vem de ti Senhor. Obrigada.

3. Março/2025. 100 anos de Vozinha, a matriarca dos Neto. A percepção da Isa sobre aquilo que enlaça nossa linhagem foi emocionante. Obrigada Nossa Senhora, retrato de Maria que me concedeu a honra de estar presente na simplicidade da nossa comemoração e ouvir tantos relatos da bondade dos meus avós. Somos abençoados pelas preces da nossa avó e por sua longevidade. Gratidão Deus!

4. Agosto/2025. A primeira vez que vi de perto a fragilidade do meu Pai. As cenas que presenciei no hospital foram dolorosas. Voltei da viagem com meu pai ainda internado, fortalecida pelas orações e a certeza de que por mais adversidades que estejamos enfrentando, é o amparo de Deus que nos levanta para agir. Ficar diante de uma dor que dilacera o corpo, rasga nossa alma e nos ensina sobre o poder da fé e dos laços que realmente importam. Quem está contigo na dor e te auxilia na travessia é anjo enviado por teus intercessores divinos. Sigo cumprindo minha missão de filha.

5. Outubro/2025. A roda de samba de cura. O coração é o habitat dos teus tesouros, segue tua intuição e permita renascer naquilo que te alimenta. Que encontro potente na comunhão amizade. Só quem participou sabe do que estou falando. Foi memorável.

Eu poderia enumerar outros acontecimentos que já estão guardados no meu baú de memórias do ano. Mas fico por aqui porque a agenda está apertada e estou me preparando para o melhor do ano, a viagem que reunirá minha dupla tríade. Com a bênção de Deus Uno e Trino, na ida, permanência e retorno. Assim será. Amém!


Gratidão 2025. Obrigada Deus por tantas graças.

domingo, 2 de novembro de 2025

Presença em vida

A certeza da morte te aproxima da vida? Sim, somos passageiros nessa existência terrena. A saudade é uma nota viva que palpita em meus passos, dos que já se foram, e dos que estão aqui e que residem distantes. Nesse cotidiano tão frenesi, nos tornamos distantes até de quem está no mesmo território. Adiamos encontros, deixamos de ligar e visitar, nos concentramos nas mensagens de telas, que embora seja uma forma de proximidade, nos afasta da energia dos abraços e risos que tocam os sentidos. Nesse Dia de Finados, em que muitos visitam seus mortos nos cemitérios, afloram recordações saudosas.

Os meus avós paternos e o meu avô materno, já fizeram suas passagens. Lembro do silêncio dolorido que se instalou em meu coração quando recebi a notícia dos seus falecimentos. Primeiro foi o meu avô e padrinho Chico. Seu humor ácido e refinado faz morada em muitos de nós. Minha avó e madrinha Cotinha faleceu no ano que a Isa nasceu. Sua bondade, fé e acolhimento habitam no meu ser. Vozinho, o admirável Enoque, foi recebido pela chuva no dia do seu sepultamento. O sertanejo mais doce que já conheci. Todos eles já me visitaram nos sonhos. São personagens do meu livro coração e eu sou muito grata por ter tido a oportunidade de conviver com eles e com alguns bisavós e bisavôs das duas famílias. Vovó Yayá, Vovô Vigário e Vovó Preta, da família do meu pai. A bisa mãe de vozinho, e os pais de vozinha, Vó Aurora e Vô Manoel Neto.

Hoje, nesse 02/11/2025, acordei cedo como de costume, o céu chovia saudades, os pingos dançando na janela de casa e do carro que me conduziu até Osasco, para tomar café com minha amada mãe. Teve tapioca, conversa diversa, riso, ligações, irmandade e a atmosfera de acolhimento, bondade e alegria que ela emana. Mãe é retrato de amor multiplicado. Obrigada minha Mãe. Ser sua filha é uma bênção. Ser presença com quem está vivo é uma forma de reverenciar e agradecer os que já se foram. Gratidão Deus!

mãos que costuram histórias. Bênção vozinha!

quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Laço aluno e professor

No dia 15/10 anualmente é celebrado o Dia do Professor. Eu sempre fico emocionada com essa data pelas recordações dos meus mestres e saudade de ser aluna. Eu lembro dos bancos, das salas, das janelas, dos pátios e do ambiente das diferentes escolas que estudei. Ser aluna sempre foi um papel que desempenhei com muito amor e me enxergo hoje na vivência da minha filha Isa. Seu cuidado com os livros, cadernos e comprometimento com as atividades me orgulha. Ensinar e aprender são verbos ações que entrelaçam histórias de alunos e professores nos muitos capítulos das histórias, até depois de findar cada ano letivo. Sim, aquilo que nos toca segue ecoando além tempo.

Este ano gravei vídeos curtos homenageando alguns professores que representam muitos e publiquei no Instagram. Já me chamaram de “defensora” de professor. Espie que título honroso. Eu sempre defenderei esses profissionais que multiplicam saberes e que inspiram tantos alunos a desenvolverem suas habilidades. “Ah duvido que você tenha gostado de todos os seus professores.” Claro que tive meus desafetos com alguns. Gente, perfeição inexiste. Aprendi filtrar e arquivar na memória as lições daqueles que permanecem em meus passos. E eles são especiais. Já recebi muitos elogios pela aluna que fui e cometi meus erros, como tantos. Mas, acima de tudo me esforcei o máximo para agarrar a oportunidade estudantil. Foi na escola que despertei o gosto por ler e escrever, conhecer narrativas e costurar laços. Isso me salvou, me salva e seguirá me salvando.

Há uns 18 anos atrás tive uma experiência de educadora em 2 projetos de educação ambiental que atuei durante 1 ano. Em uma das atividades que propus, recebi a melhor declaração de amor da vida de um aluno que exalava criatividade. Aquela cena vibra em meus sentidos e me ensinou o quanto exercitar o afeto naquilo que acreditamos tem a capacidade de transformar realidades. Agora que estamos nos encaminhando para o final do ano, fico pensando no cansaço e no palpitar da despedida de mais um ciclo. Eu chorei muito ao me despedir dos projetos e até hoje sigo rezando pelas turmas e desejando que a vida tenha sido generosa com aqueles jovens da periferia. “Você deveria ser professora.” Ouvi várias vezes. Será que eu conseguiria sobreviver as despedidas anuais?

Não há medida de cálculo para o tamanho do significado dos professores em minha existência. Eu que nem de exatas sou, que mergulho na equação subjetiva das letras, que amo história, filosofia e afins humanas, escrevo essas poucas linhas para mais uma vez registrar minha gratidão aos personagens que seguem brilhando em minha constelação aprendiz. Sigo uma aluna amante dos livros, da escuta, da partilha de conhecimentos e experiências e do sentir. E sim, desejo retornar aos estudos em breve, em um novo curso, para novamente estar no banco da aluna que sou, o meu melhor papel no teatro da vida.

Professor é memória viva. Minha eterna gratidão.


Imagens da Feira Cultural do Colégio Dom Henrique. Um evento que prestigiei no dia 25/10/2025 e que me encantou pelos retratos que a pauta do ano aflorou nas diversas turmas, abordando diferentes temáticas relacionadas ao meio ambiente.

terça-feira, 30 de setembro de 2025

Segredo dos 100 anos

Minha Vozinha hoje, 30/09/2025, tem 100 anos e 286 dias. Com uma lucidez e impressionante memória dos tantos ciclos que viveu, ela nos abençoa com sua presença longeva. Nossa matriarca fortaleza, passou por muitas estações e com perseverança marcou a história de sua geração com fé e amor. Assim como muitos nordestinos, ela viveu e vive a saudade das filhas que migraram. Sua alegria aos nos receber aflora emoções que ficam tatuadas em nossa pele. Da última vez que estive no sertão de Pernambuco, ela até cantou na despedida, sentada no seu canto sagrado, de onde ela segue rezando por todos nós.

Muitas pessoas me perguntam qual o segredo da minha avó para chegar saudável aos 100 anos. Não tenho respostas, apenas algumas pistas:

1 – Fé e proximidade com Deus. Minha avó sempre foi uma personagem de prece fervorosa. Aprendeu a rezar com sua mãe e madrinha. De modo perene alimentou sua fé na prática das novenas, renovações, missas e nos seus rituais diários de oração. Ela é devota de Nossa Senhora. Segue cultivando sua fé na palavra e ação do Evangelho. Sua bondade, caridade e generosidade, são exemplos da presença viva de Deus.

2 – Alimentação. Comida de roça faz diferença. Temperos naturais, grãos, carnes, aves, ovos, frutas, legumes, tudo das proximidades. O cheiro do bolo de milho, o cuscuz no fogão a lenha, o leite e o queijo da criação do curral, o milho assado e tantas delícias mais. O mel da caatinga, os chás noturnos e milagrosos. A cura no amor no alimento.

3 – Conexão afetiva. A casa dos meus avós sempre teve visitas, dos familiares, amigos e vizinhos. Eles sempre foram acolhedores e costuraram laços duradouros. Todas as pessoas que conheço falam com respeito e admiração da Vozinha e Vozinho, que já fez sua passagem. As famílias que com eles conviveram foram marcadas pela lealdade da amizade desse casal que tenho a honra de chamar de avós.

E não pensem que ela nunca teve adversidades. Teve e das grandes, cuja dor nem posso mensurar. Ela conseguiu sobreviver pela força dos seus princípios e pela imensidão do amor que pulsa em seu coração. Eu admiro até seu silêncio sobre essa ferida cicatriz. Elaborar o luto é tarefa árdua e aprendiz. Teu olhar firme, teu sorriso leve, tua dedicação e tantas outras lições seguem habitando meus passos. Teu legado é bênção. Gratidão pela filha, mãe, avó, bisavó e tataravó Maria.

Com afeto escrevo com olhos que lacrimejam saudades. Eu, sua primeira neta, filha da sua primeira filha, mãe da sua primeira bisneta e tataraneta. Eu, também Maria.

Gratidão Deus pela vida da minha Avó.

terça-feira, 26 de agosto de 2025

Amigo irmão

Osasco é um lugar de afeto para nós, principalmente, pelos laços amigos que aqui construímos. Amizades que nasceram e continuam vivas no ciclo das gerações. Dos encontros em rodas de samba, das partidas de futebol, das brincadeiras na rua, sim outrora brincávamos de pelada, vôlei ou simplesmente nos sentávamos na calçada para conversar. Quantos churrascos nas travessas da Avenida Analice Sakatauskas e em outras casas de bairros próximos. Foi nesse cenário que brotou uma das amizades mais longevas e admiráveis que conheço nessa trama de migração. O carioca flamenguista que ainda puxa o S e tem a alegria de sambista na alma e o tímido cearense que veio ainda menino e nem guarda lembranças do seu lugar de origem. Fincaram suas raízes em terras paulistas, nesse mundo mágico de OZ que se tornou palco das nossas conexões.

Já são três décadas de amizade. A passagem do tempo consolidando conexões que habitam o território dos nossos laços, enlaçando famílias e gerações. Rio de Janeiro, Sertão, Osasco, encontros, aniversários, viagens, casamento, festas, pai, mãe, irmãos, filhos, filhas, cenários e elementos costurando nossas histórias. Muitas canções que vão embalando essa parceria, palpitam agora em minha lembrança e seguem tocando em nossas resenhas. Ter um amigo-irmão como o carioca paulista Renato é um tesouro. Ele, uma enciclopédia das letras do samba da velha guarda, é um menino na roda do samba. Sua energia cantando é contagiante, é uma cena que toca. É alegria rara.

E o que faz uma amizade duradoura? São muitos elementos para destacar e nem a soma deles é capaz de caracterizar essa força que movimenta a vida de tantas pessoas. Tenho tatuado em minha pele muitas vivências protagonizadas pelos nossos encontros, cuja trilha sonora seguimos cantando com fervor. Os que permanecem conosco diante de diferentes situações, provam o quanto Deus é generoso em colocar em nosso caminho, anjos em forma de gente presença. O alinhamento da amizade fortalece nossa certeza de que nascemos para nos unir e que o refinamento chega para confirmar quem é perene para seguir de mãos dadas. Cultivar amizades faz muito bem para nossa saúde. É ciência do amor em ação.

O admirável flamenguista tem na lealdade uma marca. Renato é exemplo do respeito e seu coração emana uma bondade ímpar. Eu sou muito grata a Deus pela amizade das nossas famílias, pelo afeto verdadeiro e orações. Nas situações boas e nas adversidades, eles no plural porque associamos, são personagens que estiveram conosco em tantos ciclos. Quando dialogamos em tom de retrospectiva observamos quantos momentos já partilhamos. Passado, presente e a perspectiva de um futuro para seguir vivendo a riqueza dessa união. Em um mundo de relações tão efêmeras, ter a perenidade de uma amizade é uma bênção. Eu poderia escrever muito mais sobre o Renato, mas as palavras escapam e a gratidão inunda o peito. Sentir é indizível e é isso que faz diferença. Obrigada até a eternidade!

O Melhor Amigo Irmão de todos os tempos!

sábado, 5 de julho de 2025

Maria torcedora

Já ouvi muitos comentários sobre meu jeito de torcer. Sim, eu sou torcedora vibrante que grita, comemora, chora e por aí vai. Já me questionaram sobre como nasceu minha paixão por futebol. Isso foi desde menina, no sertão pernambucano, acompanhando as partidas para ver meu pai jogar e depois eu mesma jogando as peladas na escola e em outros campos, que naquela época era de chão mesmo e a poeira subia enquanto eu corria com ou atrás da bola. Essa é uma das minhas memórias felizes da infância e início da adolescência. Migrei para São Paulo aos 14 anos e aqui fui apresentada ao Palmeiras. Sabe paixão a primeira vista? Essa é a que aconteceu comigo. O verde e branco ingressou em minhas veias torcedoras para toda eternidade.

Meus irmãos foram muitas vezes aos estádios, daqui e até em outras cidades. Eu e minha mãe aguardávamos o retorno deles rezando. No dia do meu casamento teve jogo do Palmeiras e o Paulo chegou vestido de Mancha Verde no simples churrasco para celebrar o matrimônio lá em nosso bairro de Osasco. Os laços palmeirenses dessa cidade que nos acolheu fazem parte da nossa história. A primeira vez que fui ao estádio já era mãe da Bruna que foi comigo junto com meu irmão caçula Henrique, de longe o torcedor que mais sofre em dias de jogos, especialmente, os decisivos. E fui muitas outras vezes na companhia dos irmãos e amigos. Partidas vitoriosas, outras com derrotas, de virada vice e versa.

A emoção de gritar gol, o canto que incendeia a arquibancada, os abraços, as lágrimas, a tristeza, a alegria, as resenhas e todas as sensações que multiplicam esse sentimento de pertencimento tem muito valor. Muitas recordações felizes seguem tatuadas em minha alma palmeirense. Das coisas que não há palavras que descrevam, é sentir com verdade e isso faz toda diferença. No canto e vibração, essa torcida é diferenciada na essência. Só quem é sabe o significado, é indizível.

Lembro de certa vez ter ouvido algo assim: “estranho você gostar tanto de livros e ir ao estádio ver futebol.” Desde quando uma amante de leitura não pode ser torcedora feroz? Ou também: “é doida mesmo ter coragem de levar a filha ao estádio.” Bruna cresceu nesse meio apaixonado dos seus tios, dizia até que seu olho era verde por causa do Palmeiras, desfilou na escola de samba Mancha Verde e hoje mora do outro lado do Atlântico e sabe da mãe apaixonada que tem. Até entendo esse comentário pelo perigo da violência que afasta muitas famílias desse evento esportivo tão relevante em nossa cultura, mas, por outro lado, no tom de quem me disse havia um preconceito explicito sobre a atitude de uma “mãe louca” por levar a filha para conhecer sua paixão.

Ao meu pai, agradeço pelo amor ao futebol, aos meus irmãos palmeirenses minha gratidão pela irmandade verde e branco que nos une. Nunca vou esquecer do dia da passagem da camisa secular do Palmeiras, do irmão mais velho que ficou para o irmão caçula e depois para meu sobrinho PH. Aos meus primos e primas, de perto e de longe, enlaçados pelo mágico universo Palmeiras. Ao meu filho santista Arthur, eu me enxergo na sua torcida marcante e tenho muito orgulho de você que também ama futebol. Tanto que sua primeira palavra foi bola! Você tem o meu sangue pulsando nesse quesito torcer e do seu avô João nas jogadas que desenha no campo. 

Eu lembro do título de vencedor do Campeonato Brasileiro do Palmeiras, que não gritei comemorando porque você estava ao meu lado, e o seu Santos tinha sido rebaixado, como nós também fomos anteriormente. Esse foi um sinal de respeito por sua dor e uma lição dessa mãe que ama e continuamente procura te ensinar que a empatia, o respeito, valorizar sua originalidade e ter fidelidade as suas raízes são fundamentais em todos os campeonatos, do esporte e da vida. 

De sempre para toda eternidade meu coração é verde e branco. Te Amo Palmeiras!

Laço de sangue e amor palmeirense

segunda-feira, 19 de maio de 2025

Sonho memória

Esta noite sonhei com meus avós maternos. Despertei com a leveza do abraço e senti tanta esperança. Eu enfrentei tantas dificuldades nas estradas para chegar ao encontro deles, perdida, com tempo escasso, desesperada por encontrar o caminho certo até que entrei eu uma vereda estreita e escura e com toda força avancei, cheguei na estrada de pedras e a luz inundou as trevas, tinha direções diferentes para decidir, por onde ir? Eu precisava chegar a tempo da despedida e depois seguir ao aeroporto.

Chorei angustiada com medo da escolha, num ímpeto peguei a esquerda e corri o mais ligeiro que pude. Cercas, riachos, casas onde bebi água para hidratar, perguntei a senhora de uma das casas e ela me respondeu que eu estava na rota certa para chegar ao sítio. O tempo corria e meus passos aceleravam e eu cheguei ofegante. Vozinha e Vozinho estavam sentados, lado a lado, sorriram e abriram os braços, eu corri para o abraço e choramos juntos. Vozinho afagou meu cabelo. Vozinha acariciava minhas costas, nossas mãos juntas e as lágrimas pigando. Que bálsamo. Vozinho disse: “Você vai conseguir chegar.”

Acordei e lembrei dos outros sonhos com meus avós. Foram raros e significativos. Com meus avós e padrinhos, eu os encontrei na rua, em frente a calçada, eles lado a lado, me receberam com um abraço cheio de saudade e amor. Jamais esquecerei desse sonho, eu passava um período tão difícil e eles me visitaram em sonho para me acalmar. Depois dessa visita sonho, iniciou uma caminhada de restauração ainda com muitas tribulações, mas foi o marco de um novo tempo. Sempre que lembro desse sonho meu coração fica repleto de gratidão. Obrigada madrinha e padrinho, meus amados avós Chico e Cotinha.

Depois da passagem de Vozinho, uns 2 meses depois, sonhei com ele me recebendo e sorridente me apresentando para seus conhecidos: “essa é a minha neta mais velha.” Ele vestia uma camisa branca e estava iluminado. Outra vez, quando eu estava quebrantada com a Covid, ele veio novamente. Sentou-se na minha cama, passou sua mãe em minha cabeça e soprou no meu ouvido: ”você vai sarar.” Eu acordei com seu cheiro e lágrimas quentes e salgadas banhando minha face. Era madrugada e um vento suave dançava na cortina.

Vozinho me disse essa noite: você vai conseguir. Eu creio meu Avô e por mais adversidades que eu enfrentar, eu seguirei acreditando nos sinais e na misericórdia de Deus. Como você dizia com tanta FÉ: Nosso Senhor Jesus Cristo é bondoso. Vozinha, eu sinto a fortaleza de suas orações e estou na missão do Terço. Obrigada por me acolherem e visitarem no sonho. É real a presença de vocês na minha vida. Gratidão Eterna. Minha bênção.

Bênção Vozinha e Vozinho
Desenho do meu irmão Henrique Neto

Memórias do ano

Ainda não acabou eu sei, mas de tão ligeiro logo chegará 31/12. Despertando nesse dia de primavera sul global fiquei refletindo sobre quanta...