Osasco é um lugar de afeto para nós, principalmente, pelos laços amigos que aqui construímos. Amizades que nasceram e continuam vivas no ciclo das gerações. Dos encontros em rodas de samba, das partidas de futebol, das brincadeiras na rua, sim outrora brincávamos de pelada, vôlei ou simplesmente nos sentávamos na calçada para conversar. Quantos churrascos nas travessas da Avenida Analice Sakatauskas e em outras casas de bairros próximos. Foi nesse cenário que brotou uma das amizades mais longevas e admiráveis que conheço nessa trama de migração. O carioca flamenguista que ainda puxa o S e tem a alegria de sambista na alma e o tímido cearense que veio ainda menino e nem guarda lembranças do seu lugar de origem. Fincaram suas raízes em terras paulistas, nesse mundo mágico de OZ que se tornou palco das nossas conexões.
Já são três décadas de amizade. A passagem do tempo consolidando conexões que habitam o território dos nossos laços, enlaçando famílias e gerações. Rio de Janeiro, Sertão, Osasco, encontros, aniversários, viagens, casamento, festas, pai, mãe, irmãos, filhos, filhas, cenários e elementos costurando nossas histórias. Muitas canções que vão embalando essa parceria, palpitam agora em minha lembrança e seguem tocando em nossas resenhas. Ter um amigo-irmão como o carioca paulista Renato é um tesouro. Ele, uma enciclopédia das letras do samba da velha guarda, é um menino na roda do samba. Sua energia cantando é contagiante, é uma cena que toca. É alegria rara.
E o que faz uma amizade duradoura? São muitos
elementos para destacar e nem a soma deles é capaz de caracterizar essa força
que movimenta a vida de tantas pessoas. Tenho tatuado em minha pele muitas vivências
protagonizadas pelos nossos encontros, cuja trilha sonora seguimos cantando com fervor. Os
que permanecem conosco diante de diferentes situações, provam o quanto Deus é
generoso em colocar em nosso caminho, anjos em forma de gente presença. O
alinhamento da amizade fortalece nossa certeza de que nascemos para nos unir e
que o refinamento chega para confirmar quem é perene para seguir de mãos dadas. Cultivar amizades faz muito bem para nossa
saúde. É ciência do amor em ação.
O admirável flamenguista tem na lealdade uma
marca. Renato é exemplo do respeito e seu coração emana uma bondade ímpar. Eu
sou muito grata a Deus pela amizade das nossas famílias, pelo afeto verdadeiro
e orações. Nas situações boas e nas adversidades, eles no plural porque associamos, são personagens que estiveram conosco em tantos ciclos. Quando dialogamos em tom de retrospectiva
observamos quantos momentos já partilhamos. Passado, presente e a perspectiva
de um futuro para seguir vivendo a riqueza dessa união. Em um mundo de relações
tão efêmeras, ter a perenidade de uma amizade é uma bênção. Eu poderia escrever muito mais sobre o Renato,
mas as palavras escapam e a gratidão inunda o peito. Sentir é indizível e é
isso que faz diferença. Obrigada até a eternidade!