A certeza da morte te aproxima da vida? Sim, somos passageiros nessa existência terrena. A saudade é uma nota viva que palpita em meus passos, dos que já se foram, e dos que estão aqui e que residem distantes. Nesse cotidiano tão frenesi, nos tornamos distantes até de quem está no mesmo território. Adiamos encontros, deixamos de ligar e visitar, nos concentramos nas mensagens de telas, que embora seja uma forma de proximidade, nos afasta da energia dos abraços e risos que tocam os sentidos. Nesse Dia de Finados, em que muitos visitam seus mortos nos cemitérios, afloram recordações saudosas.
Os meus avós paternos e o meu avô materno, já fizeram suas passagens. Lembro do
silêncio dolorido que se instalou em meu coração quando recebi a notícia dos
seus falecimentos. Primeiro foi o meu avô e padrinho Chico. Seu humor ácido e
refinado faz morada em muitos de nós. Minha avó e madrinha Cotinha faleceu no
ano que a Isa nasceu. Sua bondade, fé e acolhimento habitam no meu ser.
Vozinho, o admirável Enoque, foi recebido pela chuva no dia do seu
sepultamento. O sertanejo mais doce que já conheci. Todos eles já me visitaram
nos sonhos. São personagens do meu livro coração e eu sou muito grata por ter
tido a oportunidade de conviver com eles e com alguns bisavós e bisavôs das
duas famílias. Vovó Yayá, Vovô Vigário e Vovó Preta, da família do meu pai. A
bisa mãe de vozinho, e os pais de vozinha, Vó Aurora e Vô Manoel Neto.
Hoje, nesse 02/11/2025, acordei cedo como de costume, o céu
chovia saudades, os pingos dançando na janela de casa e do carro que me
conduziu até Osasco, para tomar café com minha amada mãe. Teve tapioca,
conversa diversa, riso, ligações, irmandade e a atmosfera de acolhimento,
bondade e alegria que ela emana. Mãe é retrato de amor multiplicado. Obrigada
minha Mãe. Ser sua filha é uma bênção. Ser presença com quem está vivo é uma
forma de reverenciar e agradecer os que já se foram. Gratidão Deus!
